História das Freguesias

Vila Nova de Famalicão

Provavelmente, a ocupação humana do território correspondente à freguesia de Vila Nova de Famalicão remonta pelo menos à época romana, atestada pela confluência da via que ligava as cidades de Bracara Augusta (Braga) e Cale (Porto) e da via que ligava o litoral ao interior da bacia do Ave.

O primeiro grande momento na história de Vila Nova de Famalicão surgiu com a atribuição do foral por parte do rei D. sancho I, em 1 de julho de 1205.

No foral de 1205, é decretada a criação da feira, cuja realização que o monarca ordenou que se fizesse de quinze em quinze dias, aos domingos, dotando-a de vastos privilégios legais e económicos. É aí que residem as raízes históricas da feira semanal e da feira grande de São Miguel.

Inicialmente, a povoação chamava-se Vila Nova. Em 1307, fala-se pela primeira vez em “Fhamelicam”. Porém, ter-se-á que esperar para 1527 para surgir o topónimo “Vila Nova de Famalicão”.

Graças ao foral de D. Sancho I, Vila Nova afirmou-se progressivamente como a sede administrativa, judicial e religiosa da Terra de Vermoim, de quem herdou o seu território.

A importância de Vila Nova durante a Idade Média pode ser atestado pela existência de um Paço Real, desde o reinado de D. Dinis.

A nível eclesiástico, Vila Nova era constituída por duas paróquias – Santa maria madalena e Santo Adrião – inseridas no Arcediagado de Vermoim. Mas a história tem os seus sobressaltos. Durante o século XIV, a paróquia de Santa Maria Madalena é anexada à de Santo Adrião.

Em 1410, a Terra de Vermoim foi integrada no concelho de Barcelos, cujo território chegou a estender-se do Lima ao Ave.

Apesar da integração política no concelho barcelense, Vila Nova de Famalicão permaneceu como sede do Julgado de Vermoim, mantendo uma autonomia administrativa e judicial bastante limitada.

Deste modo, Vila Nova de Famalicão continuou a ser o grande polo de desenvolvimento de um vasto território situado entre o Este e o Ave, que corresponde, grosso modo, ao atual concelho.

Os Famalicenses nunca desistiram de lutar pela plena autonomia municipal, tendo desencadeado diversos movimentos autonomistas no século XVIII e no início do século XIX.

Em 1835, no quadro das reformas administrativas do Liberalismo, a rainha D. Maria II decretou a criação do concelho de Vila Nova de Famalicão. Em 1836, o concelho de Landim foi extinto e incorporado no de Vila Nova de Famalicão. Passados cinco anos, D. Maria II restituiu a Vila Nova de Famalicão o título de vila. A partir de meados do século XIX, com a construção das estradas nacionais, nomeadamente da estrada Porto-Braga (1851) e do caminho-de-ferro (1875), Vila Nova de Famalicão entrou numa grande fase do desenvolvimento económico e populacional.

Nos finais do Século XIX, começaram a instalar-se na então vila e no resto do concelho fábricas e oficinas que vão mudar radicalmente a face de Vila Nova de Famalicão, tornando o concelho num dos principais motores da economia nacional, situação que se mantém até aos dias de hoje.

Entre 1880 e 1930, Vila Nova de Famalicão viveu um dos períodos mais altos da sua atividade sócio-cultural. Além de Camilo Castelo Branco, que fixou residência em São Miguel de Seide, existiram uma série de grandes intelectuais portugueses ligados a Famalicão, como Alberto Sampaio, Júlio Brandão, Silva Mendes e Bernardino Machado.

A 5 de outubro de 1910, a revolução republicana triunfa em Lisboa. Vila Nova de Famalicão sabe da notícia pela telégrafo. No dia 8 de outubro, a República é oficialmente proclamada em V. N. de Famalicão.

Durante o período do Estado Novo (1926-1974), Vila Nova de Famalicão foi um dos principais polos de oposição democrática ao regime autoritário. Paralelamente, o seu peso económico não deixou de se consolidar.

Após a revolução de 25 de abril de 1974 e o restabelecimento da democracia, Vila Nova de Famalicão entrou numa nova fase do seu desenvolvimento histórico. A elevação a cidade, em 1985, foi o reconhecimento simbólico do contributo de Vila Nova de Famalicão para o desenvolvimento do País.

Calendário

Calendário é hoje a freguesia do Concelho de Vila Nova de Famalicão que possui maior densidade populacional. Situa-se dentro do perímetro urbano da cidade, confrontando com as freguesias de Antas, Esmeriz, Lousado, Ribeirão, Vilarinho de Cambas, Outiz, Brufe e Vila Nova de Famalicão.

Calendário honra e não esquece os seus antepassados. A história faz parte do passado, mas esta freguesia famalicense acompanha o presente como porto seguro do seu futuro.

As acessibilidades desta freguesia facilitam a que seja visitada, as soluções passam pelas EN 14, A3 e A7. Os exemplares de importante interesse patrimonial e histórico que ostenta, fazem de Calendário um ponto geográfico a não ser esquecido. Igrejas e museu são a herança de tempos idos que prima por preservar e mostrar a quem noutra época vive.

O Artesanato é outra das formas de manter viva a memória das gentes da terra, do que mais marcou e marca a localidade, das suas características mais particulares e ate mesmo atividades profissionais. As vertentes artesanais mais “exploradas “em Calendário são a latoaria e a funilaria.

Freguesia dedicada sobretudo ao setor secundário, constitui o seu tecido empresarial a indústria têxtil, metalomecânica, transformação de cames, construção civil e obras publicas. transformados de mármores e granitos, entre outras. É comprovadamente uma das freguesias mais desenvolvidas do concelho de Famalicão. Essa diferença regista-se a todos os níveis. Para além da economia, cujo comércio e indústria tem apresentado um vital florescimento, também pela parte cultural que esta localidade demonstra o seu dinamismo e vitalidade.

A primeira vez que a Freguesia surge na documentação paroquial acontece em 1081, sob a designação de São Julião de Custoias: “Inter Katavo e Ave (…) villa Costodias”. É referida também nas inquirições de 1220 e nas de 1258 e já a partir de 1370, aparece com o nome atual, “Sam Giãao do Calandayro”, mas sendo ainda paroquia anexa a de São Miguel de Custoias, S. Julião é o seu orago. Já no ano de 1540 era uma pequena freguesia, com uma pequena igreja situada no local onde esta implantada a atual. Tinha espaço cemiterial bem como residência paroquial datada de 1783. Na altura era considerada uma localidade muito pequena e segundo o escritor Vasco Cesar de Carvalho foi anexada a freguesia de S. Miguel de Custóias (S. Miguel-o-Anjo). No entanto e segundo o mesmo autor, a freguesia de Calendário de anexada, passou a anexante, isto é, ficou a vigorar o nome de S. Julião de Calendário, dando assim corpo e alma a atual freguesia de S. Julião de Calendário.

Ao longo da Idade Moderna, Calendário pertenceu ao julgado de Vermoim, no Termo de Barcelos. 0 povoamento de Calendário    é antiquíssimo, provando-se os vestígios arqueológicos. 0 castro de S. Miguel, no lugar de São Miguel-o-Anjo representa esses povos primitivos que ocuparam esta zona do Noroeste Peninsular, em princípio entre o sec. I A.C., e o sec. I D.C.

Por entre vales e montes surge-nos esta freguesia famalicense, “ostentando” dois montes classificados como área patrimonial: o Monte de S. Miguel-o-Anjo e o Monte do Facho (Santa Catarina). Montes estes alvos de achados arqueológicos e de estudos que descobriram castros de origem românica.

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